AS FEITICEIRAS - YAMIM
OSORONGA
As feiticeiras - Yamin Osoronga –
O LUGAR DAS
FEITICEIRAS NO SISTEMA PLANETÁRIO – No final do artigo
sobre As yámin estará um
Oro (reza, ou cantiga paras mães ancestrais)
A
posição das feiticeiras (Yamin Osoronga) no sistema planetário, são atribuídos
como os espíritos do mal que operam durante a noite para trazer sofrimentos e padecimentos aos
seres humanos. Assim como ao demônio, é esperado de nós que tenhamos medo das
feiticeiras e nos mantenhamos à distância delas. No decorrer da minha
investigação, eu vim a descobrir que elas pertencem a uma esfera cosmogônica, a
qual tem recebido o nome mais antigo Senhoras da Noite.
Veremos
em Osa-meji, como elas vieram e se instalaram no mundo e como se tornaram
mais poderosas, ao ponto que nenhuma outra divindade pode derrotá-las. Elas
podem frustrar os esforços de todas as outras divindades que falharam em lhes
dar o reconhecimento adequado.
Também
descobri que elas não são totalmente más como freqüentemente são representadas.
Como todo o conjunto de corpos celestiais e terrestres, há feiticeiras boas ou
inofensivas e há feiticeiras más ou negras e vermelhas. Elas administram
provavelmente o mais justo sistema de justiça. Elas não condenam sem um
julgamento apropriado e imparcial. Se alguém se aproxima delas com uma acusação
contra alguém, elas considerarão todos os lados antes de chegar a uma decisão.
Ose-Osa e Osa-meji, nos contarão como elas vieram ao mundo e como
sobrepujaram todas as outras divindades.
Orúnmìlá nos
conta porque e como elas não destroem ninguém a não ser que a pessoa tenha
atravessado o juramento feito entre Orinxala, Orumilá e as
feiticeiras.
As
feiticeiras não matam homem algum que age sinceramente de acordo com o sistema
de instituição do povo e tabus proclamados por Deus. Veremos como Orúnmìlá revelou
que as feiticeiras foram a princípio mais atenciosas que os meros mortais.
Foram os seres humanos que as ofenderam primeiro, matando seu único filho.
Acontece deste modo que as feiticeiras e os mortais (OgbOrí em Yoruba e
Ogboi em Bini) vieram como irmãs ao mundo ao mesmo tempo.
A mortal
teve dez filhos enquanto a feiticeira teve apenas um. Um dia a leiga estava
indo ao único mercado disponível naquele tempo, chamado "Oka Ajigbomekon
Akota" (Eki Adagbon Aderinnwin em Bini). Estava situado na fronteira entre
o céu e a terra.
Os habitantes do céu e da terra o usavam para comércio comum,
de modo que a leiga indo ao mercado, pediu à feiticeira que cuidasse dos
seus dez filhos durante sua ausência.
A feiticeira tomou conta muito bem dos dez filhos da mortal e nada aconteceu
a nenhum deles. Então foi a vez da feiticeira ir ao mercado. Seu nome então
era Iyami Oxoronga em Yoruba e Iyenoroho em Bini. Tendo ela partido
para o mercado, também pediu para sua irmã, para cuidar de seu único filho
durante sua ausência. Enquanto ela estava fora, as dez crianças da mortal
sentiram vontade de matar um passarinho para comerem. OgbOrí falou a suas
crianças que se eles quisessem a carne de um passarinho, ela iria ao mato
buscar um para comerem, mas que eles não deveriam tocar no único filho da
feiticeira. Enquanto a mãe foi ao mato, suas dez crianças juntaram-se e mataram
o único filho da feiticeira e assaram sua carne para comer.
À medida que
as dez crianças de Ogborí assassinaram do filho da feiticeira, o poder sobrenatural
deu a ela um sinal de que nada estava bem em casa. Ela rapidamente abandonou as
compras no mercado e retornou para casa apenas para descobrir que seu filho
tinha sido assassinado.
Ela não
conseguia compreender nada, porque sua irmã foi ao mercado e ela foi bem
sucedida cuidando das dez crianças sem nenhum transtorno, mas quando foi sua
vez de ir ao mercado, sua irmã negligenciou seu único filho. Ela chorou
amargamente e decidiu abandonar a casa aonde viveu com sua irmã. Elas tinham um
irmão com o qual elas vieram ao mundo ao mesmo tempo, mas que preferiu morar no
meio da floresta, porque ele não desejava ser incomodado por ninguém. Era
Iroko.
Quando Iroco
ouviu a feiticeira chorando, ele a convenceu a revelar o que estava
acontecendo, e ela lhe contou como os filhos de sua irmã OgbOrí assassinaram o
seu único filho, sem sua mãe ser capaz de impedi-los. Iroko consolou-a e lhe
garantiu que a partir daí ele se alimentariam dos filhos de Ogborí. Foi a
partir daí que, com o auxílio de iroko, a feiticeira começou a picar as
crianças de OgbOrí uma após as outras.
Veremos
também como Orúnmìlá interferiu para impedir a feiticeira de destruir todas as
crianças de OgbOrí e o porque a rixa continua até hoje. Foi Orumilá que apelou
a iroko e a feiticeira e pediu-lhes que aceitassem, a fim de parar o
assassinato dos filhos mortais dos leigos. É deste modo que Orunmilá introduziu
o sacrifício (Ètutu) de oferendas às senhoras da noite, o qual envolvia um
coelho, ovos, fartura de óleo e outros itens comestíveis.
Da mesma
maneira como Exú nós não podemos nos opor as feiticeiras sem o suporte
principal adequado. Nós apenas tentamos descobrir por meio do oráculo o que nós
podemos lhes dar para angariar seu apoio e no instante em que o fizermos lhes
dar o que mais elas pedirem, elas com freqüência descem novamente sobre alguém
que não entendeu este aspecto da existência humana, eles são os que caem com
facilidade vítimas de bruxaria.
Finalmente
Orunmilá foi decretado pela divinação pública a ser o único capaz de cativar a
mulher. Assim que ele foi abordado para a tarefa, fez os sacrifícios
necessários e ao invés de ir ao ilu Omuo, com um exército, ele foi com um
cortejo dançante o qual adentrou reto para dentro da cidade.
Quando as
mulheres viram o longo cortejo de homens maravilhosamente vestidos e mulheres
dançando na cidade com melodiosa música, elas perceberam que era momento de
voltar para a casa de Ifé. Antes de elas compreenderem o que estava
acontecendo, eles já estavam todos de volta a Ifé e havia reconciliação e
júbilo geral.
Este incidente ilustra novamente de maneira clara que não é fácil
derrotar as forças das feiticeiras por meio de agressão sem apelar para uma
autoridade superior.
A maneira
mais fácil de proceder para com elas é por meio de apascentamento.
Orunmilá não
resolve nenhum problema através de confronto a menos que todos os meios
possíveis de conciliação tenham falhado. Até mesmo nesse caso, ele
freqüentemente ele solicita o auxílio das divindades mais agressivas para fazer
o serviço sujo para ele. E ele é uma divindade muito paciente. Ele diz que só
pode reagir depois de ter sido ofendido trinta vezes e até neste momento, levar
no mínimo três anos para se sentir ofendido, depois ainda dando ao ofensor
ampla oportunidade de arrepender-se.
A única força
capaz de sobrepujar o poder das feiticeiras é a terra. Em Ose-Osa (Osemolura)
teremos a informação de como o próprio Deus proclamou que o solo (Oto ou Ale)
seria a única força que destruiria qualquer feiticeira ou divindade que
transgredisse algumas das leis naturais. Isto foi proclamado na época quando um
Curandeiro do Céu chamado Eye to yu Oke to Yoi Orun tinha se comprometido na
destruição das divindades terrestres devido à suas condutas perversas na terra.
Oxemolura,
quem transportou a mãe das feiticeiras para o mundo, porque nenhum outro tentou
fazê-lo, também nos contará que o juramento que Orixalá fez a feiticeira
submeterem-se foi ao solo. O juramento foi submetido em oposição a
injustificável destruição de vidas humanas.
Contamos
porque as feiticeiras não têm poderes para destruírem o filho sincero de
Deus,
ambos são seguidores de votos de Orunmilá. Veremos também que o enorme poder
manuseado pelas anciãs da noite, lhes foi dado pelo Pai Todo Poderoso, na época
em que Deus vivia livre e fisicamente com as divindades.
Foi dado a
feiticeiras o poder exclusivo de manter vigia sempre que Deus estivesse tomando
seu banho pouco antes do galo cantar. Era proibido ver Deus despido. As
feiticeiras divinas eram as únicas a quem foi dada esta autOrídade. Elas
freqüentemente davam sinal ao galo que Deus já tinha tomado seu banho, depois
disso o galo cantava pela primeira vez na manhã.
Deus não
abandona o restante da sua criação à mercê das anciãs da noite. Por meio de
Osa-Ose, rúnmìlá revelará como Deus conta conosco para nos proteger contra os
poderes das feiticeiras. Havia uma linda moça no palácio de Deus que estava
pronta para casar. Ogum, Osoyin (Oxum) e Orumilá estavam interessados na
garota.
Deus
consentiu em dar a mão da moça em casamento ao admirador que provasse ser
merecedor de sua mão. A tarefa a ser cumprida como prova de elegibilidade para
a mão da moça era colher um tubérculo de Inhame da fazenda divina sem
quebrá-lo.
Ogum foi o primeiro voluntário a realizar a tarefa. Ele foi à
fazenda e desenraizou o tubérculo. Tão logo ele o puxou, quebrou-se, o que
logicamente descartava a sua candidatura.
Oxum foi o
próximo a tentar sua sorte e também passou pela mesma experiência. Foi à vez de
Orunmilá ir até a fazenda. Mas ele não se direcionou diretamente para a
fazenda. Ele decidiu descobrir porque aqueles que tentaram antes dele falharam
e o que fazer para ser bem sucedido.
Ele consultou o oráculo e durante a
consulta foi informado do que era desconhecido a todos, Deus tinha nomeado as
anciãs da noite para zelar pela fazenda. Eram elas portanto, as responsáveis
pelos inhames mágicos arrancados quebrarem.
Ele foi
recomendado a fazer um banquete para elas com akará e todos os itens de coisas
comestíveis, e um grande coelho, e também para servir o banquete na fazenda à
noite. De acordo ele executou o sacrifício de noite. Naquela noite todas as
guardiãs da fazenda divina banquetearam-se com a comida.
Na mesma
noite, Orúnmìlá teve um sonho no qual as feiticeiras enviaram alguém para lhe
dizer para não ir a fazenda no dia seguinte. Ele deveria ir um dia depois. No
dia seguinte elas fizeram a chuva cair pesadamente sobre o solo a fim de
amolecê-lo.
Depois disto
todas as feiticeiras fizeram um juramento solene de não encantar o inhame de
Orunmilá a quebrar.
O terceiro
dia, Orunmilá foi à fazenda e arrancou o inhame com sucesso e o entregou a
Deus, que instantaneamente cedeu a garota para ele em casamento. Deve-se
observar que Deus não falou nada aos admiradores da garota sobre a coisa
estranha que os aguardava na fazenda. Ele tão pouco lhes disse como solucionar
a questão que sabia que iriam enfrentar.
Foi apenas
Orunmilá, que nunca se lançou em algo sem pensar bem antes de agir, ele sabia
que era apenas apascentando as feiticeiras que ele poderia pegar o que ele
queria.
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