UMBANDA - BOIADEIROS
BOIADEIROS
Os Boiadeiros podem parecer um pouco carrancudos, pois são de poucas palavras, mas na verdade possuem um grande coração capaz de auxiliarem a todos com muita simplicidade, fé e principalmente: o amor à vida.
Eles já participaram do mesmo plano que nós, tiveram os seus objetivos de vida carnal cumprido e decidiram se tornar Guias Espirituais da Umbanda após desencarnarem.
Todas as suas comunicações, – inclusive os pontos cantados – remetem-se a vida no campo, a força de vontade, ao amanhecer e ao despertar de atitudes e garra de um boiadeiro, vaqueiro ou pastoreiro. Portanto, possuem desde sempre uma ligação respeitosa com a natureza e com o seu ciclo harmônico e é por isso que são orientadores tão especiais em todas as giras de Umbanda que participam.
Quem é o Guia Boiadeiro?
Dentre todos os guias de Umbanda, são eles que seguem a relação com a Orixá Oyá Tempo – Logunan, que juntamente com Oxalá regem o Trono da Fé. São muito hábeis para lidarem com adversidades, pois quando vivos eram exímios conhecedores dos campos, do tempo (clima) e do temperamento instintivo dos animais.
Apesar serem espíritos, carregam nas suas memórias as lembranças da pureza dos sentimentos, onde todos eles se mostravam de maneira simples e avassaladora. São pessoas com grandes amores, devotas à terra e a tudo que eles conseguem explorar de bom dela. E é com essa fervura de energia que eles surgiram para auxiliar sem medo quem os procuram, combatem as vibrações ruins com maestria e saem à defesa daqueles que reconhecem os erros e pedem por auxílio, são muito bravos e destemidos e trarão para o indivíduo uma forte carga de vigor, com a qual ele se sentirá renovado para prosseguir com fé o seu caminho.
Quando sustentados por Ogum, esses bravos guerreiros são como guardas que utilizarão toda sua energia para defender o que pertence à Lei Maior, trazendo paz e harmonia. Já na Linha da Mãe Oyá Tempo, eles libertam os consulentes de espíritos negativos e até mesmo de obsessores.
Sendo assim, seus trabalhos não limitam-se só aos que estão vivos, os desencarnados também recebem seus auxílios. Chamam as pessoas que saíram do caminho certo de “boi”, e suas missões são todas voltadas a resgatar aqueles que fogem do caminho da verdadeira felicidade. Portando, todos que se rebelam contra a Lei Divina, possuem uma chance por meio da força dos Boiadeiros para retornarem à estrada de paz.
Uma curiosidade, é que em um determinado ponto da Linha dos Boiadeiros, começam a se manifestarem os Cangaceiros, – também presentes nos Guias Baianos – embora visto como marginalizados, esses homens lutaram contra tiranos que exploravam os povos sofridos do Nordeste, mesmo que tenham agido de maneira errada enquanto vivos, suas intenções eram todas fundamentadas no sonho de igualdade, proteção e justiça e como Guias de Umbanda, eles cumprem esse papel de maneira correta e dentro da Lei.
As características do Boiadeiro – Umbanda
O Boiadeiro na Umbanda possui o esteriótipo do homem sertanejo, de vida simples e que age instintivamente de forma que consiga compreender melhor o meio em que habita. Ele pode ser descendente de brancos, negros e índios, – um verdadeiro mestiço – queimado do sol, pois passou a vida nos campos. A grande maioria foi vaqueiro, boiadeiro, tocador de viola ou laçador.
Possui um linguajar modesto, características sisudas e é de pouquíssimas palavras, mas o seu coração o guia bravamente contra tudo que impede a corrente do bem.
Com um linguajar singular, ele expressa em adjetivos uma classificação para tudo que requer sua consideração como por exemplo:
Boi = espírito no caminho errado;
Cavalos = filhos valorosos;
Laço = é o instrumento do Tempo (Logunan);
Boiada = vários espíritos resgatados e por eles conduzidos;
Laçar = levar os espíritos à força para dentro da Lei Divina.
Ele anda sempre com seu laço ou o chicote, onde na gira de Boiadeiro na Umbanda, quando o utiliza cria ondas no Tempo, com as quais ele recolherá todos os espíritos perdidos nas energias negativas. Outro adereço muito comum é o chapéu de boiadeiro e colares feitos de pedras ou sementes.
Desta forma, nunca espere muitas palavras reconfortantes na Umbanda do Boiadeiro, pois ele agirá muito mais do que reconfortará ou expressará verbalmente. Mas tenha certeza que todo o amor pelo que faz será transmitido em seus gestos.
Nomes comuns de Boiadeiros na Umbanda
Zé Mineiro, Boiadeiro da Jurema, João Boiadeiro, Zé do Laço, Boiadeiro do Rio, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro de Chapéu de Couro, Boiadeiro do Chapadão, Carreiro, Boiadeiro da Serra da Estrela, entre outros.
Oferendas aos Boiadeiros
IMPORTANTE: toda oferenda deve ser orientada por alguém responsável do Candomblé ou Umbanda, cada Orixá ou Guias possuem suas peculiaridades que devem ser respeitadas e guiadas por quem os conhecem após anos de prática na religião.
Os Boiadeiros recebem as oferendas em pedreiras, espaços abertos e campinas. Os alimentos mais comuns e de maior agrado desses Guias são frutas como: abacaxi, laranja, uva, limão e carambola. As bebidas são: vinho tinto e branco, suco de frutas cítricas e até mesmo a pinga. Os pratos preferidos: arroz com lentilhas e carne seca desfiada, caldo de mocotó, arroz e feijão tropeiro, arroz carreteiro e costela de boi.
Dia dos Boiadeiros
O seu dia da semana é a terça-feira.
Cores dos Boiadeiros
Amarelo e azul escuro, algumas vezes também pode-se observar o uso de roxo e marrom.
Oração aos Boiadeiros
“Em nome de Deus, dos Divinos Tronos, dos Sagrados Orixás, dos Regentes da Lei Maior e da Justiça Divina, do Sagrado Orixá da Lei o Sr. Ogum, eu invoco a linha dos Boiadeiros onde peço a presença do meu protetor Boiadeiro ao meu lado e peço-lhe que acolha esta prece e me auxilie dentro do meu merecimento. Peço-lhe Sr. Boiadeiro:
Que recolha todos os espíritos sofredores que estejam me acompanhando ou ligados a mim, cure e regenere seus espíritos despertando-os para o novo estado em que se encontram no mundo maior.
Envolva-me em sua vibração ordenadora re-equilibrando meu mental e tudo e todos a minha volta, para que eu comece racionalizar sobre tudo que esteja ocorrendo em minha vida.
Recolha todos os espíritos obsessores, desequilibrados, malignos e seres infernais que estejam atuando negativamente contra mim e meu familiares, enviando-os para os seus locais de merecimento como determina a Lei Maior.
Corte e anule todas as demandas e trabalhos de magia negra que estejam me prejudicando.
Afaste os inimigos encarnados e desencarnados, os conflitos, as guerras e todas as ações negativas que estão em meu caminho.
Peço-lhe que me ajude a solucionar estes problemas que estão me envolvendo e atrapalhando a minha vida.
Se essas ações provêm de ligações cármicas ou por afinidades devido à minha má conduta, peço-lhe que auxilie a mudar o meu modo de agir, de pensar e viver; para que de agora em diante eu tenha sempre uma boa conduta.
Peço-lhe que ajude a recolher minhas próprias boiadas que acabei deixando para trás no caminho da vida.
Abra os meus caminhos para que eu possa ter dias mais fartos, mais prósperos, mais iluminados e mais harmoniosos.
Auxilie-me a suprir todas as deficiências e tudo o que me falta nos Sete Sentidos de minha vida, para que eu possa me sentir pleno no Sentido: da fé, do amor, do conhecimento, da justiça, da lei, da evolução e da geração.
Para que assim eu continue forte e não fraqueje diante os obstáculo que encontrarei em minha vivência neste plano material. Peço-lhe que me coloque em equilíbrio com toda a criação divina.
Conto com vossa FORÇA, LUZ e PERSEVERANÇA. Amém!”
Pontos de Umbanda dos Boiadeiros
Ponto 1
“Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que água rolou
Foi tanta água que seu boi nadou
Foi tanta água que seu boi bebeu
Seu boiadeiro
Foi tanta água que seu boi nadou.”
Ponto 2
“Cadê minha corda
De lança meu boi
O meu boi fugiu
Eu não sei pra onde foi.”
Ponto 3
“E quem vem lá
É dois dois de ouro
Quem vem lá boiadeiro sou eu
A cancela do meio bateu
Sou eu, boiadeiro sou eu
Boiadeiro, boiadeiro
Sua boiada esparramada
Boiadeiro chama seu guia
E vai ver sua boiada.”
Saudação aos Boiadeiros
Jetuá, Boaideiro! Que significa: Salve aquele que possui braço forte, Boiadeiro!
As mãos tremem, a energia percorre todo o corpo, ela é forte, é intensa. Assim apresentam-se os boiadeiros no terreiro, destemidos e valorosos, sempre prontos para orientarem aqueles que encontram-se perdidos e fora do caminho de Luz. Eles conhecem através do amor a Lei Divina, e são incensáveis quando o assunto é perseguir o verdadeiro caminho do Pai.
Boiadeiros na Umbanda - Origens, oferendas e assentamento
"Seu Boiadeiro, olha que linda boiada, Mas ele é seu Boiadeiro minha gente!
Ele é nosso camarada!"
São espíritos que incorporam como caboclos, mestiços e vaqueiros.
Grandes mestres juremeiros, muitos com conhecimento de magia da nação Banto, Congo e Angola, talvez alguns Tata J'inkinsi desencarnados.
No candomblé de caboclo tive a oportunidade de participar de festas de caboclos onde se canta a jurema, e podemos curiar da bebida sagrada.
Este culto assim como o dos caboclos e o culto à malandragem na Umbanda, possui semelhanças com o catimbó e a jurema.
Os boiadeiros vêm brincar, cantar, rir, dançar, curar e aconselhar os fiéis, diferente da incorporação em boa parte das Umbandas antigas onde esta entidade se apresenta séria e de poucas palavras.
A maior parte dos boiadeiros gostam de cigarros de palha, cigarros sem filtro e charuto. A bebida que a maioria de nós conhece é a meladinha (cachaça com mel ou melado de cana), já estive em casas que ofereciam leite, vinho, caldo de cana e etc.
As oferendas aos caboclos boiadeiros podem ser : Frutas Rapaduras e amendoim torrado.
Abóbora cozida com farofa de torresmos.
Aipim cozido com carne seca desfiada por cima.
feijão branco com linguiça, bacon, toucinho.
Uma farofa de carne seca com alho, cebola, linguiça, feijão de corda. Carne de boi com feijão tropeiro, feijão de corda ou feijão cavalo.
Feijão de corda refogado no dendê com cebola e alho.
Cozido de abóbora com linguiça, bacon, toucinho, maxixe, carne seca...
Pé-de-moleque, pedaços de cana e rapaduras.
Churrasco. Alguns nomes mais conhecidos são: Boiadeiro Navizala Boiadeiro da Jurema Boiadeiro Menino Boiadeiro do Sertão Boiadeiro da campina Boiadeiro do lajedo Boiadeiro da senzala Boiadeiro sete laços Boiadeiro Riachão Boiadeiro João Mineiro Boiadeiro laçador Boiadeiro Zé Mineiro Boiadeiro Chapéu de couro Boiadeiro Chapéu de palha Boiadeiro do Ingá Boiadeiro do rio Boiadeiro da estrada Boiadeiro das sete encruzilhadas Boiadeira Jussara Boiadeira Zeferina Boiadeiro Capineiro Boiadeiro Chapadão Boiadeiro da serra Boiadeiro Venâncio Boiadeiro das almas Elementos que podem ser usados para o assentamento ou imantação do seu caboclo boiadeiro: Cabaça, alguidar, vaso de planta, panela de ferro ou panela de barro. Ervas: tabaco, cana-de-açúcar e café.
Erva da jurema Uma Ferradura usada Otá Estrela de cinco pontas (Símbolo da vitalidade, e da Umbanda) Um imã de ferradura Rabo de cavalo Chifres de boi Tira de couro (ou guia de couro) Laço ou corda de cisal Dois olhos de boi Sete metais (Ouro, prata, cobre, estanho chumbo, ferro, latão) O ponto riscado em ferro, madeira, ou riscado em pemba para soprar por cima do assentamento.
Moedas Fava divina Vinho Caldo de cana Orobô (pacto com ancestrais) Se for plantar o caboclo, utilizar Barro vermelho ou barro branco, deixando os elementos por três dias no banho das ervas imantando no tempo, colocar o barro terra, ervas picadas, colocar os elementos tampar com o barro temperado com caldo de cana quinado com as ervas e os pós, a ferradura pode ir enterrada ou em cima com a planta que pode ser um pé de jurema, a árvore do pilar de magia ou um cactos sem espinho.
Fazer oferenda em cima do vaso de planta, nos pés da planta.
Se ficar grande pode enfeitá-lo com ojás e fitas em dias de festas.
Se for esconder em algum lugar colocar tudo dentro do chifre de boi e tampar com a Argila branca temperada com caldo de cana, ervas e cêra de abelha derretida. Caso não tenha assentamento dentro do seu ritual, encomende uma imagem com o fundo aberto, lave os elementos com o sumo de ervas preparado no caldo de cana, coloque tudo dentro da imagem e feche.
Lave a imagem com o mesmo sumo.
O otá não é bom ficar dentro da imagem preso.
é bom estar numa plantinha, livre em contato direto com a vida e o tempo.
Na necessidade de sacrifício animal, bater com caldo de cana, vinho moscatel e erva da jurema.
Deixe sua intuição fluir, e monte sua firmeza para seu camarada Boiadeiro, Coloque berrantes, laços, Couraça, Moringas, cabaças, esporas...
Com certeza ele se fará presente, a cada dia mais.
Morrumbá Xêtu! Jetruê!
Os Boiadeiros na Umbanda São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda.
Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta.
Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois. Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos.
Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência.
Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Quando o médium é mulher, freqüentemente, a entidade pede para que seja colocado um pano de cor, bem apertado, cobrindo o formato os seios.
Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, e até da sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou composição de cores.
Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos.
Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro José, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc. Sua saudação: “Jetruá Boiadeiro”, “Xetro Marrumbaxêtro” Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo".
São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai.
Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa.
É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território.
À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações.
Sofreram preconceitos, como os "sem raça", sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.
O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física.
Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho.
Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os "caboclos índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores.
Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi.
Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados.
Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem). Os Caboclos são entidades fortes, viris.
Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos.
São sérios, mas gostam de festas e fartura.
Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus.
Os Boiadeiros também são conhecidos como "Encantados",pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais.
Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações.
Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual.
Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.
Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções.
Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos.
Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.
Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos.
São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos.
É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).
Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações.
Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.
Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando- se grandes protetores, como os Exus.
Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas.
São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste.
"Gostar" para um boiadeiro é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho".
Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.
Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros.
Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc. Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Jetruá Boiadeiro...
Saravá Seu Boiadeiro.
Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ''e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando- se grandes protetores, como os Exus.
Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas.
São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho".
Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.
Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros.
Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...
Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Jetruá Boiadeiro...
oferendas.
"Seu Boiadeiro, olha que linda boiada,
Mas ele é seu Boiadeiro minha gente!
Ele é nosso camarada!"
São espíritos que incorporam como caboclos, mestiços e vaqueiros. Grandes mestres juremeiros, muitos com conhecimento de magia da nação Banto, Congo e Angola, talvez alguns Tata J'inkinsi desencarnados. No candomblé de caboclo tive a oportunidade de participar de festas de caboclos onde se canta a jurema, e podemos curiar da bebida sagrada.
Este culto assim como o dos caboclos e o culto à malandragem na Umbanda, possui semelhanças com o catimbó e a jurema. Os boiadeiros vêm brincar, cantar, rir, dançar, curar e aconselhar os fiéis, diferente da incorporação em boa parte das Umbandas antigas onde esta entidade se apresenta séria e de poucas palavras.
A maior parte dos boiadeiros gostam de cigarros de palha, cigarros sem filtro e charuto. A bebida que a maioria de nós conhece é a meladinha (cachaça com mel ou melado de cana), já estive em casas que ofereciam leite, vinho, caldo de cana e etc.
As oferendas aos caboclos boiadeiros podem ser :
Frutas
Rapaduras e amendoim torrado.
Abóbora cozida com farofa de torresmos.
Aipim cozido com carne seca desfiada por cima.
feijão branco com linguiça, bacon, toucinho.
Uma farofa de carne seca com alho, cebola, linguiça, feijão de corda.
Carne de boi com feijão tropeiro, feijão de corda ou feijão cavalo.
Feijão de corda refogado no dendê com cebola e alho.
Cozido de abóbora com linguiça, bacon, toucinho, maxixe, carne seca...
Pé-de-moleque, pedaços de cana e rapaduras.
Churrasco.
Oferenda:
Toalha ou um pano (branco, vermelho, amarelo, azul escuro, marrom)
Velas (branca, vermelha, amarela, azul escuro, marrom)
Fitas (branca, vermelha, amarela, azul escuro, marrom)
Linhas (branca, vermelha, amarela, azul escuro, marrom)
Pembas (branca, vermelha, amarela, azul escuro, marrom)
Frutas (todas)
Bebidas (vinho seco, aguardente, batidas, conhaque, licores)
Flores (do campo, palmas, cravos)
Comidas (feijoada, charque bem cozido, bolos)
Oferenda ao Caboclo Boiadeiro
Material
1 pedaço de carne assada na brasa
Farofa de milho amarela (farinha misturada com um pouco de azeite e carne desfiada, temperada com sal e cheiro verde picado)
Vinho licoroso doce
1 prato de alumínio
7 moedas douradas ( lavadas e secas )
1 caneca esmaltada
7 velas amarelas
Modo de preparo:
Coloque a farofa no prato com a carne assada por cima. Encha a caneca de vinho colocando ao lado. Acenda as velas ao redor, passe as moedas simbolicamente pelo corpo de baixo para cima fazendo seus pedidos aos caboclos boiadeiros e coloque ao redor do prato. Saude o caboclo boiadeiro 7 vezes. Faça seus pedidos e orações.
Oferenda para os boiadeiros
Material:
7 frutas doces (lavadas e secas)
7 cocadas
7 pés de moleque
7 pedaços de bolo de fubá
7 cigarros de palha
7 velas amarelas
1 pão de milho
7 folhas de louro
7 espigas de trigo secas
1 copo de barro
Vinho licoroso doce
1 alguidar
Modo de preparo:
Coloque as frutas, as cocadas, os pés de moleque, o bolo, o pão no alguidar. Enfeite com as folhas de louro e as espigas de trigo secas. Passe o alguidar simbolicamente de baixo para cima fazendo seus pedidos aos caboclos boiadeiros. Acenda as velas e coloque o copo com vinho ao lado. Saude os caboclos boiadeiros 7 vezes. Faça seus pedidos e orações.
Oferenda aos boiadeiros
Material:
1 prato de barro grande
7 cocadas pretas
7 pedaços de rapadura
7 pedaços de cana de açúcar sem casca
7 cigarros de palha
Fumo de rolo desfiado
1 copo de barro
Vinho tinto doce
7 pés de moleque
1 pedaço de goiabada
1 maça
1 pêra
1 laranja lima
1 cacho de uvas
1 pão
1 vela verde
1 vela branca
1 vela amarela
1 laço de boiadeiro
Modo de preparo:
Coloque todas as comidas no prato, passe o prato simbolicamente pelo corpo de baixo para cima, fazendo seus pedidos ao caboclo boiadeiro, coloque o prato no chão. Encha o copo com vinho e acenda as velas em volta. Saude o caboclo boiadeiro 7 vezes fazendo seus pedidos e orações.
Obs.: as oferendas aos boiadeiros devem ser feitos próximo a fazendas, porteiras, campos e pastos onde haja gado. Não podendo ser feito nesses locais, pode se feito em matas abertas ou beira de rio.
Alguns nomes mais conhecidos são:
Boiadeiro Navizala
Boiadeiro da Jurema
Boiadeiro Menino
Boiadeiro do Sertão
Boiadeiro da campina
Boiadeiro do lajedo
Boiadeiro da senzala
Boiadeiro sete laços
Boiadeiro Riachão
Boiadeiro João Mineiro
Boiadeiro laçador
Boiadeiro Zé Mineiro
Boiadeiro Chapéu de couro
Boiadeiro Chapéu de palha
Boiadeiro do Ingá
Boiadeiro do rio
Boiadeiro da estrada
Boiadeiro das sete encruzilhadas
Boiadeira Jussara
Boiadeira Zeferina
Boiadeiro Capineiro
Boiadeiro Chapadão
Boiadeiro da serra
Boiadeiro Venâncio
Boiadeiro das almas
Elementos que podem ser usados para o assentamento ou imantação do seu caboclo boiadeiro:
Cabaça, alguidar, vaso de planta, panela de ferro ou panela de barro.
Ervas: tabaco,cana-de-açúcar e café.
Erva da jurema
Uma Ferradura usada
Otá
Estrela de cinco pontas (Símbolo da vitalidade, e da Umbanda)
Um imã de ferradura
Rabo de cavalo
Chifres de boi
Tira de couro (ou guia de couro)
Laço ou corda de cisal
Dois olhos de boi
Sete metais (Ouro, prata, cobre, estanho chumbo, ferro, latão)
O ponto riscado em ferro, madeira, ou riscado em pemba para soprar por cima do assentamento.
Moedas
Fava divina
Vinho
Caldo de cana
Orobô (pacto com ancestrais)
Saravá Boiadeiro.
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